16 de setembro de 2014

Flutuando

"Todas os convites são para flutuar." Todas as possibilidades que nos permitimos são para sair da bolha e ir pro caos. Nunca vai faltar agulha para costurar mais caos no caos, o Lenine cantou. Das novidades, das conversas sem intimidade para depois virar outra, o vinho que tomamos é para a alegria vir mais fácil. Não julgo. Todos o fazemos, gostamos dessa felicidade enlatada. É felicidade. Queria chegar mais fundo em algumas pessoas, mas não ali, não naquela mesa de onde só se ouve risadas. Por agora está bom exatamente assim. Não sei quem eu queria ser aqui, não sei quem eu sou. Talvez seja pura ilusão sermos quem quisermos. Já fizemos nossas escolhas. Já sou! Sou a mesma aqui e lá, nada para agradar ninguém, não pela falta de vontade, mas porque me é impossível ser quem eu nunca fui.
A liberdade, essa utopia, é cada vez mais uma consciência. Todos gostamos de correntes. Andamos nas ruas a procura do que possa nos fazer voltar para a terra firme. Saímos para flutuar, mas quando estamos fora nos desesperamos pelo peso nos pés. E esse o grande desafio que nos fez atravessar o oceano. Sinto que vou voltar mais leve, aprender a me entregar para o que a vida tem para agora. Se é chuva, deixa eu me molhar. Se é sol, que queime. Se é amor, que sorte a minha, que eu seja feliz.

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