24 de agosto de 2014

Verão fora do aquário *

Nada familiar a não ser o espelho, os meus dramas e pequenas alegrias. Uma vida toda nova, se perder pra se encontrar nunca fez tanto sentido. As pequenas ruas do Porto agora são minha casa, a escada da Livraria Lello os meus degraus, todas as ladeiras e pedras e janelas a minha paisagem. Ora, a liberdade as vezes aperta, não o corpo, mas o coração. A liberdade é tanta que dá medo, como à beira do abismo, a possibilidade de se atirar é tão eminente que te deixa paralisado. Liberdade não é nada físico, é uma palavra sem definição, apenas o norte. É a coragem que nunca se alcança. Agora estou fora do aquário e o mar é tão grande!

                                                                                                      *alusão ao romance Verão no Aquário, de Lygia Fagundes Telles

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