25 de outubro de 2013

Tudo na varanda ou apenas 5

5 anos do lugar que pode ser tudo. Por vezes é boteco, desses deprimentes, com as cadeiras manchadas e onde ninguém vai ligar para minha tristeza e lágrimas desesperadas. Com uma mesa que eu posso refazer meus planos, desistir dos meus sonhos, chorar bebendo uma cerveja barata para depois simplesmente sorrir e lembrar que a vida é bonita mesmo. Eu posso sonhar do tamanho que eu quiser, porque às vezes isso é o que nos mantém vivos. Às vezes não, sempre.
Aqui pode ser balão, sem lembrar do concreto lá embaixo, sem nem se importar com os problemas, os compromissos chatos, as pessoas intolerantes.
Pode ser palanque, eu dona do discurso que não convence ninguém. 
Pode ser um roda de amigos queridos de verdade.
Aqui, na varanda, o meu eu ganha a melhor e a pior versão, eu sou interno e externo, tão plástico e comercial, tão subjetivo e profundo, nadando no limite ou me jogando do abismo. Aqui na varanda, o vento bate no rosto tirando a maquiagem, pondo cisco no olho que faz chorar, trazendo passarinho com música, sorriso e verão. Mesmo que o inverno teime em chegar.

"Fiz a cama na varanda me esqueci do cobertor
Deu um vento na roseira, ai meus cuidados
Me cobriu toda de flor" - Nara Leão

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