4 de agosto de 2012

Pra te acompanhar

As músicas me lembram você, e eu fico tentando adivinhar as vozes de cada um. Eu não sei quem está sofrendo. O nosso pacto mudo deixou de ser misterioso, falamos tudo. Já era tempo das verdades serem ditas. E esse sentimento agora parece-me mais confuso (deixou o mistério para entrar na confusão). Não sei se me sento e espero, se me levanto e vou atrás do seu sorriso, de outros passeios, se permaneço. E com a mão um pouco solta que é para você saber que pode pegá-la quando quiser. E com a vida descomplicada. Como eu achei que seria, você me trouxe de volta a leveza, a minha própria liberdade de andar sozinha sentindo-me feliz. (Chego a pensar que você a levou inteira quando foi para longe, mas também não pôde aproveitá-la, ficamos os dois sem cantarolar). Para mim esse é o auge: não se sentir sozinha quando se está; isso é afeto, carinho, gostar, isso é todo aquele sentimento que antecede a decisão de, enfim, amar. O tempo está passando e só sinto de não poder te abraçar. O resto está tranquilo, como deve ser.
"E se o tempo for te levar,
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar"

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