28 de julho de 2012

Sem mãos dadas

Eu não entendo a nossa história. Eu e você, nós, você longe (mas aqui), você perto (onde?). São cenas de um filme cujo final feliz nunca chega. O meu dia se desenrola na expectativa de te ver, fico feliz, cantando enquanto meu ônibus demora (penso em você falando que gosta de andar de ônibus). Na hora de ir embora, eu tenho pressa, chegar logo em casa, me arrumar e te encontrar. (Nossos amigos são os mesmos, sorte ou azar?). Mas eu não acho suas mãos, você tem medo de sorrir para mim, mantém uma distância segura: indiferença. E de novo volto à minha cama, frustrada e sentindo-me tão tola de pensar que quando você enfim voltasse eu e você também iríamos voltar a ser nós. E até me pergunto se realmente já fomos, ou foi só a loucura daquela festa. Acontece que eu cultivei todo esse sentimento, sonhei todas as noites com você, guardei trechos de músicas para te escrever e, lá no fundo, também achei que você me esperava.
E agora, agora eu me entrego. Pode vir falar a verdade. Eu aguento. Talvez eu precise ainda mais das suas palavras (cadê o menino maduro do qual você me preveniu?), preciso ouvir de você que não temos mais jeito, para que eu comece a me acostumar a não mais fazer planos para nós dois,  me policiar e não pensar em você o dia todo, imaginar seu sorriso antes de dormir.
E, para finalizar, duas perguntas: Você nunca gostou de mim de verdade? E, mesmo assim, me deixa ficar com o seu livro da Alice? (Eu posso entender se a reposta for não para as duas...)

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