3 de dezembro de 2011

Bailarina

Sem perceber eu me perco, o brilho se apaga. Como uma bailarina caída ao chão, no canto do palco, machucada. Eu não consigo mais dançar. Invento desculpas para eu mesma me perdoar, imponho condições para eu voltar a sorrir. Não procuro o que deveria, não faço as coisas que devia fazer. Ando torta, me dou conta disso e, em vez de levantar, me acomodo e cada vez mais o mundo me puxa para baixo. Não, não vai aparecer nenhum príncipe encantado e me levar nos braços. As flores não vão conversar comigo, como fizeram com a Alice. Se eu não me obrigar a viver e abrir a minha porta, ninguém vai arrombá-la e me tirar desse lugar.
Todos os dias eu tenho que escolher acordar. Escolher, escolher. Eu nunca fui boa nisso. Eu nunca fui boa em muitas coisas... E de repente eu perco toda essa força que eu mostro pra todo mundo. E me arrependo de tudo, até do que eu não fiz. Eu choro baixinho no travesseiro, mas minha vontade é gritar. Pelos erros do mundo e pelas minhas próprias besteiras. Eu me sinto sufocada de saudade da minha alegria. Eu sufoco e não consigo ver o que está bem na minha frente. Eu queria que alguém me estendesse a mão e me levasse de novo para o centro do palco.

"Preciso de amparo e é do amparo do amor." - CL

Um comentário:

má straci disse...

crescer é perder parte do sonho e construir as imagens que você escolheu. nisso há sofrer, nisso há chorar, mas tudo é passageiro. isso tudo ainda vai fazer sentido.