4 de agosto de 2013

Intranquilos

Por alguma razão eu não estou sentindo raiva de você agora. Talvez eu tenha finalmente percebido que raiva não é um bom sentimento nesse caso. Em nenhum caso. Já fui egoísta demais.
Eu não vou tentar entender suas razões, apesar de saber que você as tem. Eu não vou tentar explicar as minhas razões, apesar de não conseguir esquecê-las. Só quero dizer que minha vida está mudando e acho que a sua também. Ainda tem uma parte em que a gente se encontra, uma parte importante. Mas você é engraçado e gentil, eu vou gostar da sua companhia mesmo que um pouco de longe. Nós falamos coisas um pouco cruéis que talvez tenham machucado ambos. Nunca sou a favor da violência, mas pode ser que alguma dor seja necessária ao processo de renovação. Assim como a velha história da lagarta se transformando em borboleta, tem coisas que tem que vir de dentro pra fora (escreveu um dia Rubem Alves).
Talvez só estivéssemos um pouco intranquilos e frágeis. Não digo só você. Estávamos nervosos, irritados e tristes demais para entender qualquer coisa. Não foi do jeito que eu pensei e acho que você também não. Talvez só eu não tivesse percebido o que tinha acontecido há muito pra você. Ou não queria aceitar, não sei. 
Eu quero entender tudo sempre e isso me faz muito mal. E agora só estou precisando me sentir bem e feliz. Logo aprendo a viver de novo. Espero que você recupere sua graça também.
Sem mais, M.

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