Um pedaço de vida veio, fez sorrir, foi embora. Não é pela história, é pela beleza. Não a beleza da história, mas dos detalhes pequenos, palavras, cabelos ao vento, os pés de menina, o vestido verde, as descobertas. Acho que um dia vou ser assim também: levar uns pedaços de vida bem escritos a um coração paciente e bondoso. E quando os tempos se fizerem difíceis, apenas deixarei a caneta sobre a mesa, meus dedos se afastaram do teclado e irei reler os pequenos livros dos grandes autores. Por isso preciso de uma vida calma, sossegada, sem pressa. Preciso de um tempo para ir até a varanda, geralmente no fim da tarde, um almoço demorado com os amigos e uma permissão para conversar durante o trabalho. E não preciso ficar velha para viver assim. Na minha ânsia de viver típica dos jovens, há a minha serenidade nem sempre expressa pelo meu rosto que fala e sorri demais. Eu ainda não encontrei as palavras certas para descrever o que as palavras(!) fazem em mim. E como pode existir tanta beleza num livro sem gravuras, Alice.
(Ao Erico Veríssimo, minha mais nova (velha) paixão literária)
(Ao Erico Veríssimo, minha mais nova (velha) paixão literária)
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