16 de fevereiro de 2009
Visitas
Não há melhor companhia para a tristeza e solidão que uma chuva cinza. Hoje todas elas vieram me visitar. Elas vêm pelas janelas, várias delas, de todos os tipos. Elas vêm e pegam um atalho para o meu coração, elas chegam rápido demais onde querem. E como não poderia ser diferente, sabendo que todas elas estão reunidas no coração, logo mais acima vem o nó. Aquele nó doído na garganta que pede o choro. E como eu não sou assim de chorar tão facilmente, o choro é interno. E muitas vezes, as lágrimas mais doídas são aquelas que caem pelo lado de dentro. Aquelas que só a gente sabe que estão caindo, elas descem como espada. Cortando tudo. E por fora, o sorriso insiste em ficar no rosto, insiste em enganar todo mundo. O cérebro responde o "tudo bem" sem pensar. E eu tenho que ficar como única anfitriã para as minhas visitas, as três amigas e o cachorrinho que as acompanha. Eu fico, e elas parecem gostar de mim. Demoram a ir embora. Em alguns momentos acho que alguma resolve dar uma saidinha, tomar um ar. Coisa rápida. Logo elas voltam, se reencontram e recomeçam a reuniãozinha animadamente dentro de mim. Porque elas não vão embora nunca? Ninguém lhes disse que é falta de educação chegar sem ser convidado?
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4 comentários:
É tão triste e tão bem escrito, que chega a ser uma tristeza muito bonita. Eu espero que você fique bem em breve, bonitinha. Eu estou aqui, em todos os intervalos e na perua, e sempre :]
que texto triste. mas as palavras se posicionaram muito bem, e eu gostei. Você tem que ser uma péssima anfitriã, quem sabe voce não consegue encomodar o que te encomoda?
beijo ;*
seus textos, como eu gosto de lê-los (:
ah Mari, você é tão linda. :)
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