18 de março de 2012

Os dias que (não) aconteceram

Acho que aquele dia nunca existiu. O dia que a música preencheu todos os espaços, as vozes bonitas puseram um sorriso em todos os rostos, os intrumentos se encaixaram em todos os corpos, as pessoas se conheceram e se amaram, foi um dia que coube a vida inteira. Assim como aquele que tudo foi acontecendo devagar, na viagem, nas músicas escolhidas, nos toques, para só depois vir uma coisa que nos subiu no peito e saiu pelas nossas bocas juntas. Teve o que eu a vi pela primeira vez, pelo vidro, com os olhinhos fechados, toda cor de rosa e uma lágrima de felicidade me escapou. Aquele em que eu fui dormir sorrindo, sentindo ainda suas mãos pelo meu corpo todo, sua risada nos meus ouvidos. Uns que eu o amor atravessa a razão, posso esmagar você? Fiquei feliz com o seu abraço. Quando ela entrou toda de branco e ele, no altar, sorrindo. Sempre olho pro noivo e é sempre muito boa aquela ansiedade dele esperando, antiquadamente, por ela. Umas felicidades de estar exatamente onde eu queria estar, colo da mãe.
Teve uns outros também, uns ruins demais. Uns que tiveram choros e aquele cheiro estranho da morte. Nem sei, acho que esses dias existiram em alguma dimensão incompreensível. Foram intensos demais pra minha pobre alma. Porque alguns dias eu não sonhei, nem sorri, nem chorei e nem vivi, nem morri. Gosto mais dessas coisas que não existem...

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