Hoje a tarde foi da Clarice. Foi na varanda. Nos sorrisos. Hoje ela me falou sobre a vida. E como será que era? Sabia de tudo, escrevia sobre tudo e por vezes a liberdade lhe escapava das mãos também? Minha voz era meio mirrada, mas as palavras tinham alma. Cada uma delas. E perto da Clarice, assim, intimamente mesmo, nenhuma escrita é boa. Por mais que meu esforço fique expresso nas entrelinhas. Nada supera esses textos intensos sobre nada. Principalmente os contos, os pedaços de vida, os pensamentos daqueles que amam e se cansam, não de amar, mas sim de não o poderem fazer com liberdade. Talvez seja essa a palavra de Clarice: liberdade. Quando a leio não me falta nada, nem desejos, nem sonhos, nem vontades. Não falta fantasia nem realismo. Sinto-me completa. E eu que já tinha até esquecido de como é bom ter suas palavras na cabeceira da minha cama.
Para uma mulher, Clarice ♫
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